Má adaptação de lentes corretivas provocam dor de cabeça, tontura e desconforto em 50% das pessoas, levando ao abandono do uso e agravamento de problemas de visão.
A maior causa de cegueira e deficiência visual grave no País é a falta de óculos, conforme recente estudo do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO). Para piorar, o Sindicato Interestadual da Indústria Óptica do Estado de São Paulo (Siniop), estima que 70% dos óculos, lentes e acessórios importados têm procedência duvidosa. Isso explica porque metade dos consumidores já experimentou alguma dificuldade de adaptação às lentes corretivas, afirma Mário Natali Neto, proprietário da Óptica Mário Neto. Além da falta de qualidade das lentes e armações, óculos montados sem precisão levam à interrupção do uso por desconforto, dor de cabeça ou tontura. Significa que óculos mal adaptados são a segunda maior causa do agravamento dos problemas de visão, ressalta. O problema comenta, é que muitas ópticas deixaram de ser uma extensão do consultório médico e por isso colocam em segundo plano a precisão das lentes para priorizar o resultado estético a preços atrativos.
Lentes corretivas exigem um serviço técnico personalizado que garanta o conforto visual, destaca. Só para se ter uma ideia, ele diz que o desvio nasal de um milímetro é suficiente para fazer uma grande diferença na montagem. Por isso, uma dica para evitar a dificuldade em usar um novo óculos é observar como são tiradas as medidas na óptica. Mário diz que o ideal é a medição feita com pupilômetro que permite checar a distância que vai do centro da armação ao centro da pupila. A óptica também precisa estar equipada com lensômetro digital para leitura do grau e eixo da lente, além de esferômetro que permite checar a curvatura.
O óptico diz que má adaptação das lentes é maior entre pessoas com mais de 40 anos, população que cresce ano a ano, porque é a partir desta idade que a presbiopia ou vista cansada se soma aos erros de refração – miopia, hipermetropia, astigmatismo.
fonte: opticanet